1º Trimestre
Durante o 1º Trimestre desenvolvemos atividades sobre Contos de esperteza ou artimanhas e biografia/autobiografia. Conseguimos ampliar o repertório, analisar os textos através dos momentos de leitura e interpretação e melhorar as estruturas textuais (parágrafos e pontuações) com as reescritas e produções.
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CONTOS
Toda história pertence a uma modalidade de texto – o chamado texto narrativo, ou seja, está relacionado com o ato de narrar, relatar sobre um determinado assunto.
Entre os tipos de textos que representam esta modalidade está o conto, que se caracteriza por ser uma narrativa curta, no qual o espaço e o tempo são reduzidos, com também, apresenta poucos personagens. Estas são algumas das características que a ele pertencem, mas há outras que também precisamos conhecer.
Introdução (ou apresentação) – Constitui o início da história a ser narrada. Neste momento, o narrador apresenta os fatos iniciais, os personagens e, na maioria das vezes, o tempo e o espaço.
Complicação (ou desenvolvimento) – Representa a parte em que se desenvolve o conflito. O conflito é o momento em que algo começa a acontecer, e nós, como leitores, ficamos surpresos à espera do que está por vir .
Clímax – É o momento mais tenso da narrativa, pois tudo pode acontecer, podendo ser aquilo que esperávamos ou não.
Desfecho (ou conclusão) – Revela o final da história, a solução para o conflito, sendo que este fim poderá ser de vários modos: triste, alegre, surpreendente, engraçado, e até mesmo... trágico!!!
fonte: http://www.escolakids.com/conhecendo-as-caracteristicas-do-conto.htm
Conto de esperteza ou artimanha
Pedro Malasartes é um personagem típico de conto de esperteza ou artimanha. Assista o vídeo e confira uma de suas histórias!
Biografia
{ 2 }
Para ler e curtir
{ 1 }
Pedro Malasartes e o Pássaro Lapão
Do tal Pedro Malasartes,
você já ouviu falar?
Pois prepare sua risada
que estou pronto pra contar.
Esse Pedro é uma caipira
Bem do tipo brasileiro:
É quietão, de fala mansa,
Mas sabido e muito arteiro.
Pra dar duro no batente,
nosso Pedro é só preguiça,
mas não perde ocasião
de vingar uma injustiça.
E injustiça é o que não falta
nessa vida lá da roça.
Só se livra das maldades
o sujeito que tem bossa.
Foi assim que certa vez
o Martinho Deodato,
capataz do coronel,
foi caçar jacu no mato.
Quando ouviu um barulhinho,
levou a espingarda ao peito,
mas errou a pontaria,
deu um tiro tão sem jeito
que matou o cabritinho
da viúva do Chicão
e em vez de pagar a perda
inda disse um palavrão.
A viúva foi ao Pedro
contar a situação.
Pedro não era de briga,
mas jurou reparação.
Tratou logo de comer
uma janta reforçada:
rapadura, dois repolhos
e uma enorme feijoada...
Frente à casa do Martinho,
agachou-se bem na estrada.
Esperou fazer efeito...
e soltou a feijoada!
Com o seu velho chapéu,
tudo aquilo ele tapou
e agarrando bem as abas
calmamente ele esperou.
Foi aí que o Deodato
a tal cena veio ver
mas achando muito estranho
malcriado quis saber:
-Que será que está havendo?
Será louco esse sujeito?
O que está fazendo aí
agachado desse jeito?
Pra erguer esse chapéu
você não tem força, não?
Ou será que esse chapéu
tá pregado aí no chão?
Malasarte até gostou
da caçoada do safado,
pois chegara a ocasião
de fisgá-lo bem fisgado.
-Nada disso, meu amigo,
é que eu consegui pegar
o tal pássaro lapão
que não pode me escapar.
Ele é muito valioso:
a mulher do delegado
prometeu dar um milhão
se eu pegar este danado...
Quando ouviu falar
a cobiça começou
a crescer no Deodato,
e o safado comentou:
-Um milhão é um bom dinheiro,
muito mais que o senhor pensa.
E por que não vai buscar
essa grande recompensa?
A arapuca estava pronta,
só faltava um bocadinho
para ver o Deodato
cair nela direitinho.
Esse é um bicho delicado,
qualquer coisa lhe faz mal.
Só se deve transportá-lo
em gaiola especial.
A gaiola é muito cara,
fabricada no estrangeiro.
E eu nem sei o que fazer
já que não tenho dinheiro.
A cobiça foi crescendo,
Até dava comichão,
pois aquele capataz
só pensava no milhão:
-Vou enganar esse caipira,
pelo jeito ele é um cretino.
Não fosse eu, o Deodato,
um sujeito tão ladino...
Se a questão era dinheiro,
e se o outro nada tinha,
para ele estava fácil,
era só manter a linha:
-Gostaria de ajudar
e o problema resolver.
A gaiola, quanto custa?
Gostaria eu de saber...
Malasarte suspirou,
fez um cálculo mental,
lembrou da boa viúva
e do seu pobre animal.
-A gaiola, meu amigo,
é bem cara, eu admito.
Ela custa, lá na venda,
mais que o preço de um cabrito...
Sem perder nem um segundo,
nem contar o que continha,
Deodato lhe estendeu
a carteira bem cheinha.
-Eis aqui todo o dinheiro,
não precisa nem contar.
Deixe que eu seguro as abas,
e a gaiola vá comprar!
Malasarte foi pegando
o dinheiro sem demora,
montou rápido na mula
e tratou de ir logo embora.
Foi pra casa da viúva,
que chegou a dar um grito
quando viu tanto dinheiro
pra comprar outro cabrito.
O Martinho Deodato
Ficou vendo o Pedro ir
e assim que se viu sozinho,
bem feliz ficou a rir:
-Pelo preço de um cabrito,
vou ganhar esse milhão!
Agora é só agarrar
o tal pássaro lapão!
Foi pegar o passarinho,
mas, com medo de feri-lo,
devagar ergueu a aba
e enfiou a mão naquilo!
(Pedro Bandeira)
Pedro Bandeira
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Escritor
Nacionalidade: Brasil
Data de nascimento: 9 de Março de 1942
Gênero(s): Infantojuvenil
Pedro Bandeira é um escritor brasileiro de livros infantojuvenis. Recebeu vários prêmios, como o Prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos de Arte, e o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, entre outros.
É o autor de literatura juvenil mais vendido no Brasil (vinte e três milhões de exemplares até 2012) e, como especialista em letramento e técnicas especiais de leitura, profere conferências para professores em todo o país. É autor da série Os Karas, de O fantástico mistério de Feiurinha e de A marca de uma lágrima, entre mais de 80 títulos publicados e ainda à venda até 2012.
Vida Pessoal
Pedro Bandeira de Luna Filho nasceu em Santos, SP, em 9 de março de 1942, onde se dedicou ao teatro amador, até se mudar para São Paulo em 1961 a fim de estudar Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Morando então na capital, teve três filhos: Rodrigo, Marcelo e Maurício. E cinco netos: Melissa, Beatriz, Júlia, Érico e Michelle. Atualmente mora em São Roque.
Carreira Literária
Além de professor, trabalhou em teatro profissional até 1967 como ator, diretor, cenógrafo e com teatro de bonecos. Mas, desde 1962, Pedro já trabalhava também na área de jornalismo e publicidade, começando no jornal Última Hora, sucursal de São Paulo, e mais tarde na Editora Abril, onde escreveu para diversas revistas e fascículos. Como free-lancer, desde 1972 passou a escrever pequenas histórias para revistas de banca desta e de outras editoras.
Seu primeiro livro foi O dinossauro que fazia au-au, voltado para as crianças, que fez um grande sucesso. Mas foi com A Droga da Obediência, voltado para adolescentes - que ele considera seu público alvo - que ele se consagrou, tendo já este título vendido 1,6 milhão de exemplares até 2012. Além deste, O fantástico mistério de Feiurinha, que ganhou o Prêmio Jabuti de 1986, logo se tornou um clássico.
A partir de 1983, Pedro Bandeira dedicou-se inteiramente à literatura. Pedro chegou a vender mais de um milhão de livros em um único ano (1996) - em toda a carreira, são mais de 23 milhões de exemplares vendidos até 2012. É considerado o autor de literatura juvenil com o maior número de obras vendidas.
Fique por dentro...
O texto do Pássaro Lapão foi tirado de um livro do Pedro Bandeira entitulado "Malasaventuras", onde encontram-se outros contos com o mesmo personagem sempre narrados com rimas.
Um livro muito gostoso de se ler que nos lembra as histórias contadas por nossos pais e avós, por isso está carregado de uma cultura popular passada de geração à geração e agora passando pelo viés de experiência e sabedoria de Pedro Bandeira.
Procure esse título em sua biblioteca e aproveite!
Mais sobre o autor
Você pode conhecer mais da vida desse autor e até entrar em contato com ele acessando seu site. Não deixe de conferir!
Mais sobre Malasartes
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Pedro Malasartes, Malazartes, ou das Malasartes é um personagem tradicional da cultura portuguesa e da cultura brasileira. Segundo Câmara Cascudo "Pedro Malasartes é figura tradicional nos contos populares da Península Ibérica, como exemplo de burlão invencível, astucioso , cínico, inesgotável de expedientes e de enganos, sem escrúpulos e sem remorsos."
A menção mais antiga do personagem é na cantiga 1132 do Cancioneiro da Vaticana, datado do século XIII e XIV:
"chegou Payo de Maas Artes
com seu cerame de chartes…
semelha-me busuardo
viindo en ceramen pardo…
log'ouve manto e tabardo".
Variantes culturais deste personagem surgem noutras regiões da Europa, como Pedro Urdemales em Castela, Till Eulenspiegel na Alemanha e Pedro de Urdes Lamas na Andaluzia.
Duas óperas brasileiras tem o personagem por protagonista: Malazarte de Oscar Lorenzo Fernández e Graça Aranha, e Pedro Malazarte, de Mozart Camargo Guarnieri e Mário de Andrade.
O personagem chegou ao cinema em As Aventuras de Pedro Malasartes, de 1960, com Mazzaropi no papel principal. O comediante brasileiro Renato Aragão honrou a influência do personagem em seu trabalho encenando Didi Malasartes no programa Renato Aragão Especial em 1998.
A dupla caipíra Zé Tapera & Teodoro, criaram uma cancção chamada Pedro Malazarte. Pedro Malasartes também foi personagem da série infanto juvenil O Sítio do Pica-Pau Amarelo, interpretado pelo comediante Canarinho.
A Cia. Circunstancia, grupo de circo-teatro de Belo Horizonte - MG, lançou em 2013 o espetáculo "De Mala às Artes - Um espetáculo sobre Pedro Malasartes " onde interpretam algumas histórias do Pedro Malasartes, com direção do Rodrigo Robleño. Neste mesmo ano este projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte Myriam Muniz onde puderam excursionar pelo norte do Brasil.